A HISTEROSSONOGRAFIA NA AVALIAÇAO DA CAVIDADE UTERINA EM PACIENTES MENOPAUSADAS (ESTUDO COMPARATIVO COM A HISTEROSCOPIA DIAGNOSTICA).(especial para SIIC © Derechos reservados) |
Ao comparar os resultados da histerossonografia com a histeroscopia, a histerossonografia mostrou ser um exame seguro para afastar alterações da cavidade uterina e eficaz no diagnóstico de patologias focais |
Autor: B p Ceccato júnior Columnista Experto de SIIC Artículos publicados por B p Ceccato júnior |
Coautor Victor Higo de Melo* Professor adjunto da Faculdade de Medicina da UFMG e José Benedito de Lira Neto- Citopatologista do Pró-célula, BH-MG* |
Recepción del artículo 2 de Febrero, 2004 |
Primera edición 12 de Mayo, 2004 |
Segunda edición, ampliada y corregida 7 de Junio, 2021 |
Resumen
Objetivos: Avaliar a acuidade diagnóstica da histerossonografia como método de avaliação da cavidade uterina em pacientes menopausadas com cavidade uterina alterada à ultra-sonografia endovaginal convencional. Foi também realizado estudo comparativo entre a histerossonografia e a histeroscopia diagnóstica nas pacientes submetidas aos dois métodos. Métodos: Este estudo consistiu na avaliação de 99 pacientes menopausadas com cavidade uterina anormal à ultra-sonografia endovaginal convencional, caracterizada por espessura endometrial maior ou igual a 5 mm em pacientes sem terapia de reposição hormonal, ou espessura endometrial maior ou igual a 8 mm em pacientes em terapia de reposição hormonal, com sangramento irregular. Estas pacientes foram submetidas à histerossonografia e após, foram obtidas amostras para avaliação histopatológica por biópsia dirigida por histeroscopia em 92 pacientes, biópsia endometrial em quatro pacientes, e histerectomia em três pacientes. Os resultados da histerossonografia foram comparados com os resultados do exame histopatológico, considerado como "padrão ouro". Foi realizado também estudo comparativo entre a HSNG e a histeroscopia nas 92 pacientes submetidas aos dois procedimentos, sendo considerado padrão-ouro o estudo histopatológico do endométrio. Resultados: Na avaliação da acuidade da histerossonografia comparada ao estudo histopatológico, houve oito casos de cavidade uterina normal e 20 casos de atrofia endometrial e a histerossonografia teve altos níveis de especificidade (97.8% e 97.5%), e baixa sensibilidade (35% e 25%). Houve altos níveis de sensibilidade (92.3% e 75.0%) e especificidade (94.1% e 97.9%) em pólipos (65 casos) e miomas submucosos (quatro casos). Houve três casos de câncer de endométrio e a HSNG teve sensibilidade e especificidade de 100%. No estudo comparativo entre a HSNG e a histeroscopia foram diagnosticadas pela HSNG outras patologias do trato genital em 24% das pacientes, não detectáveis a histeroscopia. A HSNG e a histeroscopia apresentaram resultados semelhantes nos endométrios atróficos e normais. A especificidade foi alta (96.0 e 97.3% para atrofia e 98.9 e 97.7% para exames normais), sendo ambos métodos seguros para afastar a possibilidade de patologia endometrial. A sensibilidade foi baixa (35.3% para atrofia e 25% para exames normais): houve 11 casos (52.4%) a HSNG e nove (42.8%) a histeroscopia classificados como espessamento, com resultados de endométrios sem alterações à histopatologia. A HSNG e a histeroscopia foram eficazes no diagnóstico de alterações da cavidade uterina, mas quando o diagnóstico era apenas espessamento, houve muitos resultados falso-positivos, sendo necessário o estudo histopatológico para definição. Houve apenas dois casos de hiperplasia endometrial com resultados concordantes da HSNG e histeroscopia, havendo também boa concordância (kappa de 0.52) na comparação entre os outros resultados. Os pólipos endometriais foram a patologia preponderante com 61 casos (66.3%). A HSNG e a histeroscopia apresentaram altos níveis de sensibilidade (91.8 e 96.7%) e especificidade (90.3 e 87.1%), com concordância excelente (kappa de 0.81 e 0.85). Houve também boa concordância entre a HSNG comparada com os resultados da histeroscopia (kappa de 0.71). Houve apenas um caso de mioma submucoso e três casos de miomas + pólipos. A HSNG teve menor sensibilidade que a histeroscopia porque miomas ecogênicos foram confundidos com pólipos endometriais. Ao analisarmos miomas e pólipos como patologias focais da cavidade uterina, os dois métodos tiveram resultados semelhantes (S de 90.8 e 96.9% e E de 77.8 e 77.8%). Houve dois casos de câncer corretamente diagnosticados pelos dois métodos. Houve duas sinéquias uterinas com resultados concordantes da HSNG com a histeroscopia. Conclusões: A histerossonografia quando comparada ao estudo histológico da cavidade uterina mostrou boa acuidade no diagnóstico de doenças focais (pólipos endometriais e miomas submucosos), com altos níveis de sensibilidade e especificidade. Houve três casos de câncer endometrial, e a histerossonografia diagnosticou corretamente todos eles. Mostrou também ser um método acurado para excluir anormalidades endometriais. Entretanto, nos casos de espessamento endometrial difuso, a acuidade é baixa, porque endométrios atróficos ou normais freqüentemente aparecem como tendo espessamento difuso à ultra-sonografia endovaginal e à histerossonografia. A histerossonografia não teve complicações durante e após o procedimento. Ao comparar os resultados da histerossonografia com a histeroscopia, a histerossonografia mostrou ser um exame seguro para afastar alterações da cavidade uterina e eficaz no diagnóstico de patologias focais, com resultados semelhantes aos da histeroscopia, podendo ser utilizado como método alternativo de menor custo e praticamente sem complicações após o procedimento.
Palabras clave
Histerossonografia, menopausa, cavidade uterina, endométrio, investigação, mioma, pólipo endometrial
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