Paraíba (UFP, no período de 1987 a 1997; todos com diagnóstico presuntivo de EDT, confirmados por exames de imagem. Enfatizam os aspectos clínicos, epidemiológicos, laboratoriais de diagnóstico, inclusive por imagem, comentando cada caso «per si». Ressaltam os aspectos radiográficos mais sugestivos dessa efermidade, visando a instituiƒao de um protocolo terap„utico para posterior seguimento e evoluƒao. Chamam ainda a atenƒao para a instituiƒao do tratamento específico precoce, no intuito de evitar seqüelas irreparáveis, sobretudo a forma mais temível, a neurotuberculose
desnutrido, hipocorado (++/++++), febril (37,8•. Nao havia g?nglios palpáveis. Nao se observaram alteraƒões é ausculta respiratória e cardíaca. Dor é dígito-pressao da coluna lombossacra, com limitaƒao dos movimentos de flexao e extensao ao nível de L2 e L3 e presenƒa de gibosidade lombar. Sinal de Lasgue nagativo. Os exames laboratoriais demonstraram anemia (hemoglobina: 10,4g/dl). A baciloscopia foi negativa em tr„s amostras seriadas. O PPD foi reator fraco. A sorologia para o vírus da imunodefici„ncia humana pelo método ELISA foi negativa em duas amostras. As telerradiografias do tórax em incid„ncias póstero-anterior e perfil nao evidenciaram anormalidades. Na radiografia simples em ?ntero-posterior e perfil da coluna vertebral lombossacra, foram observadas desmineralizaƒao óssea, destruiƒao dos corpos vertebrais de L2 e L3, massa paravertebral nessa regiao com atenuaƒao de partes moles sugestivas de abcesso paravertebral. A tomografia computadorizada de alta resoluƒao da coluna lombossacra revelou lesões osteolíticas dos corpos vertebrais de L2 e L3, com comprometimento do disco paravertebral, além de massa com atenuaƒao mista de partes moles paravertebral entre L2 e L3 (abcesso paravertebral). Foi instituído esquema com Estreptomicina, Etambutol, Isoniazida e Pirazinamida, devido é reaƒao de hipersensibilidade apresentada pelo paciente é Rifampicina, e mantido o esquema terap„utico nas doses convencionais durante doze meses.Comentários: fundamentados na clínica de evoluƒao protraída: dor é dígito-pressao da coluna lombossacra com limitaƒao de flexao e extensao, presenƒa de gibosidade, afora a marcada anemia e radiografia do tórax convencional pouco sugestiva de anormalidades e, diante de uma tomografia computadorizada de alta resoluƒao de coluna lombossacra compatível com tuberculose óssea complicada com abcesso paravertebral; instituímos prova terap„utica tuberculostática, com o objetivo de avaliaƒao após trinta dias. Submetido é avaliaƒao clínico-radiológica após o esquema preconizado, observamos significativa melhora quando comparada ao quadro clínico-radiológico anterior. Mantivemos o tratamento tuberculostático e ratificamos o diagnóstico de espondiloartrite tuberculosa.CASO N.• 8: MSBRCF, 37 anos, sexo feminino, leucodérmica, natural e procedente de Joao Pessoa- PB atendida no serviƒo de Pneumologia em 25.10.96 com queixa de dor torácica há oito meses de caráter contínuo, sem relato de febre ou queixas respiratórias associadas. Foi submetida a procedimento cirúrgico de segmento torácico da coluna vertebral há quatro meses, com retirada de material para cultura para germes piog„nicos, apresentando-se negativa. Os exames complementares mostraram pesquisa seriada de BAAR, no escarro, negativa, PPD nao-reator (0 mm). A radiografia da coluna torácica evidenciou destruiƒao em cunha de T8. Foi instituído esquema tuberculostático com RIZ durante doze meses.Comentários: com poucos argumentos clínicos e laboratoriais, decorrentes da parca história clínica de MSBRCF, com exame radiográfico mal definido e lesao abscedida em segmento torácico, sem conduta específica para pesquisa de BK (cultura- meio de Lowestein-Jensen), instituímos tratamento específico fundamentado, tao somentêe, na destruiƒao, em "cunha", do espaƒo discal de T8 e a aus„ncia de resposta aos quimioantibióticos para tratamento de artrite piog„nica.CASO N.• 9: JBFS, 39 anos, sexo masculino, melanodérmico, atendido no serviƒo de Pneumologia deste Hospital em 21.01.97 com queixa de dor lombar há tr„s anos e hiporexia, sem deambular há tr„s meses. Negava febre e contato com tuberculose. Ao exame físico, apresentava-se desnutrido, pálido, ausculta pulmonar sem alteraƒões, dor é dígito-pressao da coluna lombossacra, aus„ncia de deformidades aparentes e sinais flogísticos em articulaƒões dos membros inferiores. Os exames complementares revelaram anemia (Hb: 10,5 g/dl), pesquisa de BAAR (duas amostras) negativa, PPD nao reator (0 mm), radiografia do tórax sem anormalidades. A tomografia computadorizada de alta resoluƒao evidenciou lesões osteolíticas em cunha, de L2 e L3, reduƒao do espaƒo discal correspondente, compatível com espondilodiscite tuberculosa. A terap„utica instituída foi colete ortopédico, fisioterapia motora e esquema específico tuberculostático com RIZ durante doze meses.Comentários: mesmo com amostras seriadas de BAAR negativas e PPD nao-reator, bem como, radiografia do tórax sem anormalidades, baseados no quadro clínico, epimiológico e exame físico, além de anemia moderada e tomografia computadorizada de alta resoluƒao com perda do espaƒo discal e lesões em cunha, ratificamos o diagnóstico de espondilodiscite tuberculosa, após afastar as possibilidades de artrite piog„nica e neoplasia. Instituímos prova tuberculostática com RIZ, colete ortopédico e fisioterapia motora durante doze meses, com melhora substancial após trinta dias de tratamento.CASO N.• 10: AFC, 61 anos, melanodérmica, sexo feminino, casada, doméstica, natural de Alagoa Grande- PB, e procedente de Santa Rita- PB, admitida neste Hospital em 20.10.97 referindo, há tr„s meses, dor lombar em queimaƒao, intermitente, intensa, que piorava é deambulaƒao, refratária ao uso de antiinflamatórios convencionais. Negava queixas respiratórias, astenia e febre. Negava contato com tuberculose. Ao exame físico, observa-se déficit ponderal, anemia, roncos esparsos é ausculta respiratória, dor é dígito-pressao da coluna lombar ao nível de L1 e L2, exacerbando-se com movimentos de flexao-estensao e ao teste da musculatura paravertebral. Os exames complementares revelaram anemia (Hb: 10,6 g/dl), mucoproteína elevada (5,2 mg/dl) pesquisa seriada de BAAR negativa, PPD forte reator (15 mm), radiografia do tórax em PA e perfil cominfiltrado intersticial no terƒo superior do hemitórax direito sem imagem sugestiva de linfoadenomegalia; radiografia da coluna dorsolombar em ?ntero-posterior e perfil com colapso vertebral de D12 e L1 com reduƒao do respectivo espaƒo intervertebral, tomografia computadorizada de alta resoluƒao da coluna vertebral (D11 a L5) com lesões osteolíticas e esclerose subcondral acometendo os corpos vertebrais de D12 e L1 preservando os seus pedículos vertebrais e comprometendo o disco intervertebral correspondente. Iniciamos esquema tuberculostático com RIZ, mantido durante doze meses.Comentários: este caso ressalta a clínica de evoluƒao protraída, com sintomas sugestivos de tuberculose, raios-x do tórax compatível, PPD reator forte com sinais evidenciados na TC, de alta resoluƒao, da coluna dorsolombar, patodiagnósticos de espondilodiscite específica. Conforme os critérios de Cantrell, sugerimos, presuntivamente, o diagnóstico de tuberculosa óssea e instituímos a prova terap„utica com esquema RIZ, observando-se significativa melhora após trinta dias de tratamento.