Autor del informe
Paula Brustolin(1) Juliane Rodrigues(2) Eduardo B Xavier(3)
(1) Enf. Vigilância Epidemiológica, Unoesc, Joaçaba, Brasil
(2) Médica, Caçador, Brasil
(3) Médico, Caçador, Brasil
A gravidez na adolescência é um problema social que afetou aproximadamente 64 a cada 1000 adolescentes na faixa etária entre 15 a 19 anos na América Latina e Caribe no período compreendido entre 2006 a 2015, e particularmente na Venezuela afetou valores próximos a 95 em cada 1000 meninas.
Vários são os fatores determinantes que podem contribuir para tal condição como: baixa escolaridade, fatores religiosos, repressão social. No entanto, a falta de informação e de metodologia adequada para educação sexual se colocaram como grandes fatores perpetuadores desse cenário.
O desconhecimento sobre princípios básicos de sexualidade, aliado à baixa escolaridade, não apenas contribuíram para início precoce da atividade sexual, como também para gestações na adolescência. Já a deficiência de metodologia provém da ausência de diretrizes que
proponham a maneira adequada de abordar o tema. Esta ausência pedagógica faz que muitas vezes o professor aborde o assunto conforme suas próprias crenças e visões de mundo, acabando por deixar de lado temas que contribuiriam de fato para a construção de uma sexualidade saudável que permita o exercício responsável da mesma, assim como conhecimentos valiosos acerca da prevenção de violência e de infecções sexualmente transmissíveis (IST).
O grau de escolaridade também demonstrou possuir correlação positiva com a idade da primeira gestação. Enquanto 60% das mulheres que não haviam frequentado o ensino regular tiveram seu primeiro filho antes dos 20 anos de idade, aquelas que concluíram o ensino básico, por sua vez, apresentaram valores 6 vezes menores.
Em conclusão, pode-se afirmar que a gestação precoce, além de contribuir para a redução dos índices de saúde e de maior risco de morte materna, cria elementos que impedem o desenvolvimento completo das potencialidades psíquicas e sociais das mulheres. O conhecimento sobre sexualidade estimula a autonomia das jovens, auxiliando-as a desenvolver responsabilidade com seu corpo e sua sexualidade.
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