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EPIDEMIOLOGIA MOLECULAR DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR NO MUNICÍPIO DE ARAÇUAÍ, MINAS GERAIS, BRASIL
(especial para SIIC © Derechos reservados)
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fiocruz.jpg ferreirago9.jpg Autor:
Célia M. Ferreira Gontijo
Columnista Experto de SIIC

Institución:
Laboratorio de Leismaniasis Centro de Investigaciones René Rachou Fundación Oswaldo Cruz

Artículos publicados por Célia M. Ferreira Gontijo 
Coautores
Eduardo Sérgio da Silva*  Raquel da Silva Pacheco**  Edelberto Santos Dias***  Fernanda Santos de Oliveira****  Érika Monteiro Michalsky*****  Carina Margonari****** 
Biólogo, Doutor em Ciências, BSc, PhD, Professor Titular da Fundação Educacional de Divinópolis, Universidade do Estado de Minas Gerais, Divinópolis, MG, Brasil.*
Bióloga, Doutora em Ciências, BSc, PhD, Pesquisadora do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular do Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.**
Biólogo, Doutor em Ciências. BSc, PhD, Pesquisador do Laboratório de Leishmanioses do Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz, Belo Horizonte, MG, Brasil.***
Bióloga, Mestre em Parasitologia. BSc, MSc, Pesquisadora Visitante do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular do Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.****
Bióloga, Mestre em Parasitologia. BSc, MSc, Técnica de Nível Superior do Laboratório de Leishmanioses do Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz, Belo Horizonte, MG, Brasil.*****
Bióloga, Mestre em Parasitologia. BSc, MSc, Estudante de Doutorado do curso de Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular do Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil.******

Recepción del artículo: 6 de diciembre, 2004

Aprobación: 12 de enero, 2005

Primera edición: 7 de junio, 2021

Segunda edición, ampliada y corregida 7 de junio, 2021

Conclusión breve
É proposto um ciclo de transmissão da Leishmania (Viannia) braziliensis a partir do conjunto dos achados

Resumen

Foi realizado estudo de aspectos clínicos e epidemiológicos da LTA em uma localidade do município de Araçuaí, Minas Gerais, Brasil. De 299 indivíduos avaliados 72 (24.1%) apresentaram lesão ativa, sendo registrado apenas um caso da forma mucosa. As precárias condições sanitárias, o baixo nível de escolaridade e renda registrados na população estudada vem demonstrar mais uma vez que a leishmaniose como outras doenças parasitárias ocorrem com maior freqüência nas populações carentes. O inquérito sorológico canino detectou 20.3% (30/148) dos cães reativos ao antígeno de Leishmania. Dos flebotomíneos capturados a Lutzomyia intermedia foi a espécie prevalente em todos os ambientes de coleta. Em dois exemplares de L. intermedia como também em cinco espécies de roedores silvestres e uma sinantrópica capturados na área foi detectado o DNA de Leishmania usando iniciadores específicos para o complexo Leishmania braziliensis. As amostras isoladas de casos humanos e caninos foram caracterizadas através de PCR e isoenzimas como Leishmania (Viannia) braziliensis. É proposto um ciclo de transmissão da Leishmania (Viannia) braziliensis a partir do conjunto dos achados.

Palabras clave
Leishmaniose tegumentar, Leishmania (Viannia) braziliensis, reservatórios, epidemiologia molecular, Brasil

Clasificación en siicsalud
Artículos originales> Expertos del Mundo>
página www.siicsalud.com/des/expertos.php/71330

Especialidades
Principal: InfectologíaSalud Pública
Relacionadas: EpidemiologíaMedicina Interna

Enviar correspondencia a:
Célia Maria Ferreira Gontijo. Av. Augusto de Lima, 1715. Barro Preto, Belo Horizonte, 30.190.002, Minas Gerais, Brasil.

MOLECULAR EPIDEMIOLOGY OF CUTANEOUS LEISHMANIASIS IN THE MUNICIPALITY OF ARAÇUAÍ, MINAS GERAIS STATE, BRAZIL

Abstract
Clinical and epidemiological aspects of cutaneous leishmaniasis were studied in the municipality of Araçuaí, Minas Gerais State, Brazil. A number of 72 (24.1%) subjects showed to have cutaneous lesions out of 299 individuals evaluated. Only one case of those 72 patients showed the mucosal form of the disease. Precarious sanitary conditions, low educational level and low income were found in the study population demonstrating that, as with other parasitic diseases, cutaneous leishmaniasis occurs with greater frequency in needy populations. A canine serological survey detected 20.3% (30/148) of dogs reactive to the Leishmania antigen. Lutzomyia intermedia was the predominant phlebotomine species in all kinds of environments under study. Leishmania DNA has been detected in two specimens of L. intermedia, using primers specific for the Leishmania braziliensis complex, as well as in five species of wild rodents and one species of a synanthropic rodent. Four samples from human and three from canine cases were isolated and characterised by PCR and isoenzymes as being Leishmania (Viannia) braziliensis. A transmission cycle for Leishmania (Viannia) braziliensis species is also presented.


Key words
Cutaneous leishmaniasis, Leishmania (Viannia) braziliensis, reservoirs, molecular epidemiology, Brazil

EPIDEMIOLOGIA MOLECULAR DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR NO MUNICÍPIO DE ARAÇUAÍ, MINAS GERAIS, BRASIL

(especial para SIIC © Derechos reservados)

Artículo completo
Introdução
Este trabalho contém informações adicionais e atualiza o artigo publicado originalmente na Acta Tropica 81:143-150, 2002, intitulado “Epidemiological studies of an outbreak of cutaneous leishmaniasis in the Rio Jequitinhonha Valley, Minas Gerais, Brazil”.
A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma doença reemergente causada por parasitos do gênero Leishmania e transmitida por flebotomíneos a partir de reservatórios que são fundamentais para o estabelecimento da doença.1 Esta zoonose encontra-se em franca expansão em várias regiões do Brasil. Nos últimos anos todas as unidades federadas registraram casos autóctones da doença. No Estado de Minas Gerais a incidência de LTA vem aumentando desde a década de noventa, alcançando a média de 13.2 casos da doença por 100 000 habitantes.2
Uma importante área de ocorrência de LTA neste estado é o Vale do Rio Jequitinhonha, uma das regiões mais pobres do Brasil. Nesta região ocorrem também casos de leishmaniose visceral (LV), porém a ocorrência da forma cutânea é numericamente mais significativa. Nos últimos cinco anos foram registrados 58 casos de LV e 435 casos de LTA (dados da Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais).
A LTA é uma doença que apresenta grande variedade de espécies vetoras, agentes etiológicos e reservatórios, com diferentes padrões epidemiológicos de transmissão. Portanto, o seu controle é difícil e depende das condições específicas de cada foco. No final de 1995 ocorreu um surto de LTA em uma localidade do município de Araçuaí, Minas Gerais, situada às margens do rio Gravatá (afluente do rio Jequitinhonha) onde foi realizado um estudo clínico-epidemiológico durante dois anos.3 As medidas de controle implementadas após este surto – tratamento dos casos diagnosticados e eliminação dos cães soropositivos – foram ineficientes na interrupção da transmissão da doença na área e um novo aumento no número de casos humanos foi detectado em 2000. Novos estudos foram realizados na região para a detecção da infecção natural de flebotomíneos e a investigação de reservatórios silvestres e sinantrópicos de Leishmania.
No presente artigo são apresentados os resultados dos estudos sobre a epidemiologia da LTA realizados em dois momentos – após os surtos de 1995 e 2000.
Material e métodos
Área de estudo
A área de estudo fica situada no encontro dos rios Araçuaí e Gravatá, a aproximadamente 20 km do centro do município de Araçuaí, na região norte do vale do rio Jequitinhonha (16o30’S 41o0’W), estado de Minas Gerais, Brasil (figura 1). É uma área de clima quente e seco com temperatura média anual de 24o C, umidade relativa do ar em torno de 70% e precipitação total anual de 900 mm. As altitudes variam entre 200 a 500 m, é uma região de transição entre o cerrado e a caatinga com a vegetação constituída principalmente de gramíneas e pequenos arbustos. É um povoado tipicamente rural, composto de trabalhadores braçais sendo sua economia baseada na agricultura de subsistência (feijão, milho, banana).



Figura 1: Localização do município de Araçuaí, Minas Gerais, Brasil.
População estudada
O estudo populacional foi realizado no período de fevereiro de 1996 a fevereiro de 1998. Antes do início do trabalho foram realizadas reuniões com a população onde se discutiram todas as etapas da pesquisa, que só começou após o consentimento livre e esclarecido de cada indivíduo ou no caso de menores dos pais ou responsáveis. A área foi mapeada e realizado o censo populacional. Todas as casas foram visitadas por um único entrevistador que coletou informações sobre condições sócio-econômicas e de moradia da população. As informações pessoais coletadas foram as seguintes: nome, data de nascimento, sexo, profissão, tempo de residência, viagens anteriores, história de lesões e tratamento para leishmaniose.
Diagnóstico
O exame clínico, o teste intradérmico de Montenegro (IDRM) e a coleta de sangue para a realização da Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI) foram feitos em toda a população para a detecção dos casos de LTA. A IDRM foi realizada em todos os habitantes com mais de um ano de idade, usando o antígeno preparado a partir de suspensão de promastigotas mortas de Leishmania (Leishmania) amazonensis e padronizado em 40 μgN/ml.4 A reação foi medida 48 h após a inoculação intradérmica de 0.1 ml do antígeno na face anterior do antebraço direito e considerada positiva quando a enduração cutânea observada era ≥ 5 mm.5 A RIFI foi realizada utilizando-se o kit Biomanguinhos/FIOCRUZ para detecção de anticorpos IgG anti-Leishmania, conforme especificações do fabricante. Foram considerados positivos os títulos ≥ 1:40. Foram caracterizados como casos clínicos aqueles em que as lesões ativas sugestivas eram acompanhadas de IDRM e/ou RIFI positiva.
Inquérito canino
Todos os cães da área foram examinados sendo preenchida uma ficha clínico-epidemiológica para cada animal com os seguintes dados: sexo, raça, idade, aspectos clínicos, origem, atividades e tempo de moradia na área. A coleta de sangue foi realizada para a detecção de anticorpos IgG anti-Leishmania através da RIFI utilizando o kit Biomanguinhos/FIOCRUZ.
Isolamento e caracterização dos parasitos
Alguns pacientes e cães que apresentavam lesões ativas foram submetidos à biópsia para a retirada de fragmento na borda da lesão. Estes fragmentos foram utilizados para a confecção de lâminas que foram coradas pelo método de Giemsa e tentativa de isolamento dos parasitos em meio de cultura bifásico NNN/LIT (Liver Infusion Tryptose) acrescido de 10% de soro fetal bovino, contendo antibióticos associados (estreptomicina 100 μg/ml, penicilina 100 U/ml e gentamicina 40 μg/ml). Os parasitos isolados foram identificados por PCR específica e eletroforese de isoenzimas. A identificação molecular foi feita pela amplificação do kDNA utilizando-se os iniciadores B1 (GGGGTTGGTGTAATATAGTGG) e B2 (CTAATTGTGCACGGGGAGG) específicos para o complexo Leishmania braziliensis5 e M1 (CCAGTTTCG AGCCCCGGAG) e M2 (GGTGTAAAATAGGGGCGGATGCTCTG) específicos para o complexo Leishmania mexicana.6 Os produtos amplificados foram analisados por eletroforese em gel de agarose a 1%, corado pelo brometo de etídio (0.5 &m;g/ml). A caracterização isoenzimática foi realizada utilizando-se 11 sistemas enzimáticos (6PGDH, GPI, IDH, G6PDH, MDH, NH, PGM, PEP-D, ME, IDH e ACON) através da eletroforese em gel de agarose.7
Inquérito entomológico
No levantamento entomológico foram utilizados métodos apropriados para a captura de flebotomíneos. Com isca luminosa foram utilizados dois tipos de armadilhas: armadilha de Shannon8 e armadilha de CDC.9 As capturas foram realizadas durante os meses de fevereiro, março e maio de 1996 no peridomicílio (galinheiro, chiqueiro e curral) de moradias com casos humanos, em um mangueiral a uma distância aproximada de 300 metros de uma residência onde todos os membros da família estavam infectados e em uma área de cerrado, também próxima à ocorrência de casos humanos. As capturas com a armadilha de Shannon foram realizadas somente no mangueiral durante quatro horas diárias, a partir do entardecer. As armadilhas CDC eram montadas à aproximadamente 1 metro de altura do chão e funcionavam durante toda a noite.
Para verificar a infecção natural, as fêmeas foram dissecadas e observadas entre lâmina e lamínula ao microscópio óptico e posteriormente identificadas10 através da visualização das espermatecas.
Em setembro de 2000, logo após o novo surto, foram realizadas 45 horas de capturas com armadilhas luminosas de CDC (30 armadilhas) distribuídas em diferentes locais no intra e peridomicílio (galinheiros, chiqueiros e currais) e em diferentes tipos de plantações (mangueirais, canaviais e bananais) para a verificação da taxa de infecção natural das espécies capturadas através de técnicas moleculares.
A técnica da reação em cadeia da polimerase (PCR) foi realizada utilizando-se iniciadores específicos para os complexos Leishmania braziliensis 5 e Leishmania mexicana6 seguida de hibridização molecular com sondas específicas para os mesmos complexos.11
Investigação da presença de Leishmania em roedores
Durante o levantamento da fauna de roedores silvestres e sinantrópicos realizado em 2001 no município de Araçuaí foram coletadas amostras de baço dos animais e conservadas a -20°C para a detecção da infecção por Leishmania. O isolamento de DNA foi realizado por kit comercial GenomicPrepTM Cells and Tissue DNA (Amersham Biosciences) seguido de re-purificação por fenol-clorofórmio. Na PCR foram utilizados iniciadores direcionados à região variável dos minicírculos de kDNA de L. Braziliensis,5 L. mexicana6 e L. donovani.12 Os produtos amplificados foram visualizados em gel de agarose a 1.5% corados pelo brometo de etídio (0.5 μg/ml). Os ensaios de hibridização por “Southern Blot” foram realizados com sondas específicas para cada um dos complexos de L. braziliensis, L. mexicana e L. donovani.11
Análise estatística
Os dados foram analisados através da distribuição simples de freqüência e o teste de qui-quadrado. As diferenças foram consideradas estatisticamente significantes quando p < 0.05.
Resultados
Características da população
Através do inquérito populacional foram identificadas 103 moradias com 347 habitantes, dos quais 299 (86%) foram avaliados, sendo 159 do sexo feminino (53.2%) e 140 (46.8%) do sexo masculino, com idade variando entre cinco meses e 80 anos. A maior parte da população (69%) é jovem com idade inferior a 30 anos. As habitações estão distribuídas ao longo do rio Gravatá sendo que a maioria delas (70%) construída de adobe e mais da metade (58%) não possui iluminação elétrica. As condições sanitárias são deficientes, pois em 86% das moradias não existe água canalizada e somente 12% possui instalação sanitária. Não existe coleta de lixo e em 76% das casas o lixo fica exposto no ambiente.
O inquérito sócio-econômico revelou que a maioria da população vive em condições precárias. Não existe uma estrutura educacional e o nível de escolaridade é muito baixo sendo a maioria da população adulta (70%) analfabeta. Na localidade não existe nenhum tipo de serviço de saúde e o atendimento é feito na cidade de Araçuaí que fica a uma distância aproximada de 20 km. A locomoção é difícil devido à inexistência de um serviço de transporte adequado e as estradas são muito deficitárias. Os chefes de família são predominantemente lavradores (89%), recebendo um pagamento irrisório pelo trabalho. A renda familiar da maioria (88%) está em torno de um salário mínimo mensal (~US$ 85.00).
Características da doença
Durante os dois anos de estudo foram avaliados 299 habitantes sendo encontrados 72 (24.1%) casos de LTA com lesão ativa. Não houve diferença estatisticamente significante entre os casos e a população geral com relação a sexo e idade. Dos 227 indivíduos restantes, dois (0.7%) apresentavam cicatriz característica de doença recente com IDRM positiva, e 225 se apresentavam clinicamente sadios (75.2%). A prevalência de indivíduos sadios com IDRM positiva foi de 12.4% (37/299) e com RIFI positiva de 15.4% (46/299). Nos indivíduos com lesão ativa, foi observado que a IDRM foi reativa em 94.2% (65/69) dos examinados e a RIFI positiva em apenas 52.2% (36/69), sendo a diferença estatisticamente significativa (tabela 1). O índice Kappa entre os dois testes mostrou uma concordância fraca tanto nos indivíduos com lesão (k = 0.11) quanto nos indivíduos sadios (k = 0.13). Este índice reflete os resultados obtidos quando analisamos a especificidade e sensibilidade dos testes. A IDRM apresentou alta sensibilidade (94%) e especificidade (84%) enquanto que a RIFI apresentou sensibilidade bem inferior (52%) e especificidade de 79%.



Dos 72 casos diagnosticados de LTA, 33 (45.8%) apresentavam a forma cutânea com lesão única, 37 (51.4%) casos da forma cutânea com lesões múltiplas (de 2 a 13 lesões), apenas um caso da forma cutâneo-mucosa (1.4%) e um da forma disseminada (1.4%). Excluindo o paciente com a forma disseminada da doença, nos 71 restantes as lesões se concentraram nos membros inferiores (48.0%) e superiores (24.9%). As outras localizações observadas foram face (15.8%), dorso (9.0%) e abdômen (2.3%).
Em 10 pacientes com lesões ativas foram realizadas biopsias para tentativa de isolamento dos parasitos, sendo que em 8 lâminas coradas foram visualizadas formas amastigotas de Leishmania. Parte dos fragmentos coletados foi colocada em meio de cultura e em quatro foram observadas formas promastigotas (50%).
Os casos da doença foram tratados com antimonial pentavalente (Glucantime), via intramuscular na dose de 20 mg Sbv/kg/dia durante 20 dias, repetindo-se a série após 10 dias da primeira quando a cicatrização não estava completa. Ocorreram dois (2.8%) casos de falência terapêutica com o antimonial, que foram internados e tratados utilizando Anfotericina B com sucesso.
Inquérito canino
Durante o trabalho foi observada uma grande variedade de animais domésticos (porco, cão, gato, galinha, cabra, pato, bovinos e eqüinos) vivendo no peridomicílio das habitações, mas somente os cães foram estudados.
Nas 103 habitações da localidade foram cadastrados 156 cães e examinados 148 (94.9%), sendo 98 (66.2%) machos e 50 (33.8%) fêmeas. Em 74.8% das moradias constatou-se a presença de cães. Foi realizada a RIFI e em 30 (20.3%) animais os resultados foram positivos (títulos ≥ 1:40) (tabela 2).



Com relação ao sexo não houve diferença significativa entre os animais com RIFI positiva e a população canina. Ao exame clínico foi observada a presença de lesões cutâneas em 7 cães nos quais foi realizada a biopsia com o encontro de formas amastigotas de Leishmania em todas as lâminas. Os fragmentos das lesões foram colocados em meio de cultura NNN/LIT e três delas apresentaram formas promastigotas de Leishmania, que foram preparadas para a caracterização específica.Caracterização dos parasitos
Os parasitos isolados dos casos humanos e caninos foram caracterizados utilizando-se a PCR com iniciadores específicos para os complexos L. braziliensis e L. mexicana. Todas as amostras testadas amplificaram com o par de iniciadores B1/B2, específico para as espécies do complexo L. braziliensis, gerando bandas de 750 bp e não amplificaram com o par M1/M2 específico para as espécies do complexo L. mexicana. Os perfis de migração das amostras foram idênticos aos observados com a cepa de referência de L. braziliensis (MHOM/BR/75/M2903) para todas as enzimas testadas, não ocorrendo nenhum eletromorfo distinto.
Inquérito entomológico
Durante os três meses de capturas, após o primeiro surto, foi coletado um total de 925 exemplares de flebotomíneos de nove diferentes espécies, sendo a freqüência de fêmeas (66.7%) significativamente superior a de machos (33.3%). A espécie predominante foi a Lutzomyia intermedia com 99.2% dos exemplares capturados. As outras espécies registradas foram: Brumptomyia avellari, Lutzomyia evandroi, Lutzomyia longipalpis, Lutzomyia migonei, Lutzomyia renei, Lutzomyia sallesi, Lutzomyia termitophila e Lutzomyia whitmani. A maioria dos exemplares capturados (84.9%) foi no mangueiral. Nos outros ambientes, peridomicílio (anexos) e cerrado, foram coletados apenas 15.1% dos flebotomíneos. Todas as fêmeas capturadas foram dissecadas para a pesquisa de infecção natural. Em nenhuma delas foram encontradas formas flageladas de Leishmania.
Nas coletas realizadas em 2000, foram capturados aproximadamente 10 000 exemplares, dos quais 458 foram identificados e distribuídos nas espécies seguintes: Lutzomyia intermedia (77.5%), Lutzomyia lenti (0.9%), Lutzomyia migonei (2.0%), Lutzomyia sallesi (19.7%). Em dois exemplares de L. intermedia foi detectada a presença de DNA de Leishmania através da amplificação com iniciadores específicos para o complexo L. braziliensis confirmada pela hibridização molecular que mostrou homologia de seqüência com a sonda de kDNA de L. braziliensis.
Reservatórios silvestres e sinantrópicos de Leishmania braziliensis
De um total de 62 roedores analisados, em 35 amostras de baço de cinco espécies silvestres (Thrichomys apereoides, Oryzomys subflavus, Galea spixii, Bolomys lasiurus e Wiedomys pyrrhorhinos) e uma espécie sinantrópica (Rattus rattus), foram detectadas bandas diagnósticas de 750 pb específicas para espécies do complexo L. braziliensis, que após hibridização molecular apresentaram homologia de seqüência com a sonda de kDNA de L. braziliensis. As espécies O. subflavus e R. rattus, capturados em áreas de plantação e domiciliar, respectivamente, apresentaram os maiores índices de infecção por Leishmania (11/35 = 31.4%).
Discussão
A incidência da LT em Minas Gerais tem aumentado de forma expressiva nos últimos anos. Em 1995 o município de Araçuaí registrou um aumento considerável no número de casos sendo detectado um surto de LT na localidade de Barra do Gravatá no final deste ano.3 No estudo realizado no foco observou-se uma taxa da doença de 241/1 000 habitantes, semelhante às observadas em outras áreas do Brasil com surtos de LTA.13,14 As precárias condições sanitárias, o baixo nível de escolaridade e renda registrados na população estudada vem demonstrar mais uma vez que a leishmaniose como outras doenças parasitárias ocorrem com maior freqüência nas populações carentes.
O aspecto ulcerado e a localização das lesões predominantemente nos membros inferiores são características comumente descritas em áreas de LTA.15,16 A alta taxa de casos com lesões múltiplas (51.4%) pode ser explicada pela pressão vetorial no período de alta transmissibilidade, ocorrendo várias picadas do inseto infectado em um mesmo indivíduo.
A prevalência da leishmaniose mucosa é menos freqüente do que da forma cutânea simples e depende de uma série de fatores relacionados ao parasito e ao hospedeiro. Neste estudo foi diagnosticado apenas um caso da forma mucosa (1.4%). O que tem sido observado nas áreas de leishmaniose é uma tendência à diminuição destes casos devida provavelmente a um conhecimento melhor sobre a infecção levando ao diagnóstico e tratamento precoces.17
A alta sensibilidade da IDRM neste estudo (94%) foi semelhante à observada na padronização da técnica (96%).4 Em vários trabalhos onde se utilizou a IDRM e a RIFI como diagnóstico imunológico os resultados obtidos com a IDRM foram sempre superiores aos da RIFI.13,18 Analisando nossos resultados e os observados por outros autores podemos sugerir que a utilização da IDRM associada ao aspecto clínico das lesões permanece como o diagnóstico mais seguro da LTA, principalmente em áreas rurais onde os recursos para o diagnóstico laboratorial são escassos ou inexistentes.
O registro de indivíduos com as reações de intradermo e imunofluorescência positivas na ausência de sinais clínicos de infecção presente ou passada tem sido constatado em outras áreas endêmicas de LTA.19,20 O contato permanente destes indivíduos com picadas de flebotomíneos pode levar ao surgimento de manifestações subclínicas da doença ou mesmo resultados falsos positivos.18
A eficácia obtida com a terapêutica utilizada já foi relatada em outros estudos.16 O sucesso na cura de 97.2% dos pacientes pode ser explicado não só pelo medicamento e esquema terapêutico utilizado como também pelo fato do surto ter sido detectado logo no começo com instauração rápida do diagnóstico e tratamento seguido de acompanhamento constante da evolução dos pacientes.
A ocorrência da doença em ambos os sexos com grande número de mulheres e crianças infectadas sugere que a transmissão da infecção possa ter ocorrido no ambiente peridomiciliar. Aliado a isto, o fato de se encontrar vários casos da doença em uma mesma família, cães infectados e um grande número de flebotomíneos no peridomicílio reforçam esta hipótese.
A Lutzomyia intermedia, que foi a espécie predominantemente capturada em todos os ambientes trabalhados, é considerada um vetor em potencial da Leishmania braziliensis em várias áreas de LTA da região sudeste do Brasil.21,22 É uma espécie que tem se adaptado ao ambiente modificado pelo homem predominando em várias áreas onde ocorreram a derrubada de florestas e matas. A detecção do DNA de Leishmania pertencente ao complexo L. braziliensis em dois exemplares capturados na área indica fortemente seu papel na transmissão da doença.23 A Lutzomyia intermedia tem sido encontrada em associação com animais domésticos infectados, particularmente cães e eqüinos, em focos da doença, nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.24,25
Os relatos de prevalência de leishmaniose canina através da RIFI em áreas de LTA mostram resultados bastante variáveis. Em estudo realizado em área de LTA no Rio de Janeiro foi registrada prevalência de 0.43326 em contraste com uma taxa de apenas 0.032 em inquérito canino no município de Sabará, Minas Gerais.27 No presente estudo a taxa de cães com soro reativo ao Ag de Leishmania através da imunofluorescência indireta foi de 20.3% semelhante à observada em foco de LTA no estado do Paraná.13 O papel do cão como reservatório da LTA permanece uma questão polêmica. Em área de LTA no Espírito Santo, foi sugerido que os cães teriam um papel importante na manutenção do ciclo peridoméstico, pois a infecção humana era mais freqüente quando ocorria cohabitação com cães infectados pela Leishmania braziliensis.25 A possibilidade da participação do cão na cadeia epidemiológica da doença em certas áreas do Vale do Rio Doce no Estado de Minas Gerais já foi também sugerida.28 Porém, em trabalho recente que revisa mais de 90 estudos relatando LTA em cães os autores29 concluem que existem apenas evidências circunstanciais para suportar o fato de que o cão possa funcionar como reservatório da LTA. Vários aspectos devem ser analisados para que se possa incriminar o cão como reservatório, tais como, a infecciosidade dos cães para o inseto vetor, o cão como fator de risco para a infecção e o efeito do combate aos cães no controle da transmissão. Na área estudada apesar das amostras de Leishmania isoladas de cães apresentarem a caracterização bioquímica e molecular idêntica às isoladas dos casos humanos isto não constitui dado suficiente para afirmarmos que o cão estaria agindo como um reservatório da infecção. O que podemos concluir é que seguramente o cão se infecta com Leishmania braziliensis, entretanto, seu papel como mantenedor do parasito na natureza não está esclarecido e exige estudos mais aprofundados.
O papel de roedores como reservatórios silvestres de Leishmania braziliensis já havia sido sugerido na década de 60. 30,31 Posteriormente, alguns trabalhos relatam o encontro de L. braziliensis em roedor silvestre (Akodon arviculoides) em Minas Gerais32 e em três Rattus rattus na Bahia.33 Recentemente, estudo realizado em foco de LTA no estado de Pernambuco, Brasil, registrou o encontro de L. braziliensis em roedores silvestres e sinantrópicos através de técnicas moleculares e caracterização isoenzimática de seis amostras isoladas de Bolomys lasiurus (5) e Rattus rattus (1).34 Estes achados reforçam a hipótese de que os roedores têm papel importante como reservatórios de Leishmania braziliensis. Nossa recente investigação na área de Araçuaí produziu resultados que corroboram as observações prévias mostrando a presença de DNA de Leishmania do complexo L. braziliensis circulando predominantemente em roedores silvestres do gênero Oryzomys e sinantrópicos da espécie Rattus rattus.35
Todos os isolados de casos humanos e caninos foram identificados através de isoenzimas como pertencentes à espécie Leishmania (Viannia) braziliensis. Esta espécie é a mais prevalente, como causadora da LTA, no Brasil como também em Minas Gerais.36 A detecção do DNA de Leishmania braziliensis, através de técnicas moleculares, em exemplares de Lutzomyia intermedia e roedores silvestres e sinantrópicos na mesma área de ocorrência de casos humanos e caninos contribuiu para o esclarecimento da dinâmica de transmissão do parasito neste foco.
Tomados no seu conjunto nossos resultados sugerem um ciclo de transmissão da Leishmania braziliensis no foco estudado (figura 2) composto de um ciclo silvestre, com a participação de roedores silvestres, e um ciclo peridoméstico onde o cão aparece como um dos hospedeiros e o roedor sinantrópico Rattus rattus fazendo a conexão entre o ambiente silvestre e o doméstico. A Lutzomyia intermedia participa como a espécie responsável pela transmissão em ambos os ciclos. O homem tem um papel como hospedeiro acidental da infecção, sem participação na manutenção do ciclo da Leishmania braziliensis.



Figura 2: Ciclo de transmissão de Leishmania (Viannia) braziliensis.
Finalmente, cabe ressaltar que o conhecimento da cadeia epidemiológica da Leishmania braziliensis é muito importante para a escolha das medidas de controle a serem implementadas. Isto é, cada foco deve ser analisado em relação a sua eco-epidemiologia para permitir medidas adequadas e específicas de profilaxia e controle.
Los autores no manifiestan conflictos.



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