siiclogo2c.gif (4671 bytes)
O PENSAMENTO ESTRATÉGICO: UMA POSSIBILIDADE PARA A SISTEMATIZAÇÃO DA SUPERVISÃO EM ENFERMAGEM
(especial para SIIC © Derechos reservados)
bbbb
cccc

Autor:
Maria Lúcia Silva Servo
Columnista Experto de SIIC



Artículos publicados por Maria Lúcia Silva Servo 

Recepción del artículo: 22 de abril, 2003

Aprobación: 8 de mayo, 2003

Primera edición: 7 de junio, 2021

Segunda edición, ampliada y corregida 7 de junio, 2021

Conclusión breve
Estudo o pensamento estratégico-situacional (PES) como possibilidade de sistematização da supervisão em enfermagem numa perspectiva de reflexão crítica e coletiva.

Resumen

Estudo o pensamento estratégico-situacional (PES) como possibilidade de sistematização da supervisão em enfermagem numa perspectiva de reflexão crítica e coletiva, visando intervenção de enfermagem efetiva, sem perder de vista as especificidades inerentes às estruturas sociais e a dinâmica das relações. Para isso, trago os postulados teóricos de Carlos Matus e Mário Testa sobre o PES. Mostro a necessidade de um agir técnico-político e ético dos trabalhadores de enfermagem, associando as ações às idéias e aos atos do querer saber e do querer fazer, buscando construir/reconstruir práticas e alternativas de mudança para.a operacionalização da sistematização da supervisão em enfermagem. Busco compreender o pensamento estratégico situacional e sua int(g)ração à supervisão social em enfermagem.Trata-se de um espaço democrático que vislumbra a transformação das relações sociais na busca de entendimento mútuo ainda que seja tão somente para constatar no final um dissenso. Por fim, apresento um enfoque estratégico situacional do planejamento como possibilidade de sistematização da supervisão social em enfermagem a partir da prática.

Palabras clave
Supervisão social em enfermagem, pensamento estratégico-situacional

Clasificación en siicsalud
Artículos originales> Expertos del Mundo>
página www.siicsalud.com/des/expertos.php/20169

Especialidades
Principal: Atención PrimariaSalud Pública
Relacionadas: 

Enviar correspondencia a:
Dra. Maria Lúcia Silva Servo, Rua Visconde Do Rio Branco, 35/208 - Ed. José Domingos – Centro, Feira De Santana-Ba CEP 44100 000, Brasil

O PENSAMENTO ESTRATÉGICO: UMA POSSIBILIDADE PARA A SISTEMATIZAÇÃO DA SUPERVISÃO EM ENFERMAGEM

(especial para SIIC © Derechos reservados)

Artículo completo
1. Uma reflexão sobre a supervisão em enfermagem e a necessidade de sua sistematização
A supervisão é um dos instrumentos de ajustamento entre a dinâmica das ações de saúde e metas propostas, tornando-se um dos elementos irradiadores dos objetivos e interesses da classe hegemônica na sociedade capitalista, visando à manutenção e aperfeiçoamento do sistema vigente.O conceito, definição, métodos e objetos da supervisão, além de diversificados em função das mudanças no contexto social e político da sociedade onde as organizações estão inseridas, são variáveis, dadas as suas múltiplas atribuições (planejamento/programação, organização interna da unidade, treinamento, educação continuada, avaliação e apoio ao trabalho comunitário). Buscando a construção da concepção de supervisão sistematizada, apreendo que os espaços de transformação estão centrados nos componentes políticos, nas políticas públicas, na estrutura organizacional dos serviços de saúde, na formação da enfermeira e na gestão do serviço de enfermagem.Em minha tese de doutorado (Servo, 1999 p.246) apresento a concepção de supervisão social que é a supervisão de criação em ação no sentido de transformar as práticas reiterativas, pois, trata-se de um “Espaço estratégico para a consolidação de uma enfermagem cidadã em saúde, constituindo-se em arena privilegiada, em que os atores/sujeitos coletivos podem reinterpretar e transformar o pensar, o sentir e o agir individual/coletivo na construção de vínculos sociais significativos”. É neste sentido que vislumbro o pensamento estratégico, a partir dos postulados do planejamento estratégico situacional como uma possibilidade para a supervisão sistematizada em enfermagem, por compreender que a mudança de concepção no modo de fazer saúde exige ações fora dos limites convencionais levando a um repensar do modo de planejar e fazer saúde e conseqüentemente do modo de planejar e fazer enfermagem.Pensando numa metodologia para a supervisão em enfermagem, compreendo que o planejamento normativo (PN) não comporta visões e ações diferentes por parte de diversos atores sociais (segundo a percepção de Testa [1992], os atores sociais são produtores de fatos e produto social destes), is traz uma única explicação, como caráter de verdade ou norma. Desse modo, ao eleger como objeto de discussão o planejamento estratégico situacional (PES), vejo uma possibilidade de sistematização da supervisão em enfermagem como um caminho de busca de alternativas para o desenvolvimento da prática profissional, uma vez que este não contrapõe ao pensar racional, pois, integra-o a outras dimensões.Planejar, segundo o enfoque estratégico-situacional, é estabelecer um processo contínuo e sistemático de análise e discussão para direcionar a mudança situacional e, tem por finalidade a articulação compartilhada entre os atores inseridos no processo. Por que planejamento situacional Testa (1992) explicita que o planejamento de situações é o desenho de mudanças situacionais em um contexto de forças sociais oponentes. Por sua vez, Matus (1993) traz à noção de situação o lugar social onde estão situados o ator e a ação, explicando a realidade em função de seu propósito.Por que planejamento estratégico Para Testa (1992) estratégia é a forma de implementação de uma política. Política, por sua vez, é uma proposta sobre a distribuição do poder, o qual remete à categoria central do enfoque do planejamento estratégico. O caráter estratégico deve ser realçado. Existem as variáveis que não são conhecidas ou que estão fora da governabilidade ou mais que isso: a existência de projetos de outros atores que se contrapõem ou intercruzam com partes ou com todo o plano.Na concepção do pensamento estratégico planeja-se a ação no presente, a partir dos problemas (entendido como uma diferença entre o que é e o que deveria ser, segundo a visão de um determinado ator social), constituindo-se num processo inte(g)rativo entre os atores sociais envolvidos na supervisão.Daí o sentido de ser estratégico, pois cria possibilidades para sua execução e situacional, por ser capaz de incorporar as variáveis de conjuntura.A ação supervisora desenvolver-se-á em um quadro de incertezas, pois as variáveis fogem ao controle da enfermeira, embora possam indicar cenários (compreendido como articulações de opções e variantes centrais e, ainda, contexto externo no qual a situação se insere e com a qual interage) para balizar a ação.Os problemas no campo da supervisão em enfermagem envolvem aspectos políticos, econômicos, técnicos ou administrativos, porém não são setoriais.Ao planejar por problemas, definem-se os indicadores de satisfação ou insatisfação que pretende atingir ou eliminar, chega-se aos nós críticos (são subproblemas que, se alterados, modificam os problemas) que explicam a problemática. Os módulos do planejamento se encontram estruturados em quatro momentos (instância repetitiva pela qual passa um processo encadeado e contínuo que não tem princípio nem fim bem definidos [Matus, 1993]) interdependentes e contínuos: momento explicativo (como foi, é, tende a ser), momento normativo (como deve ser), momento estratégico (articula dialeticamente o como deve ser com como pode ser) e o momento tático-operacional (como fazer).2. Um enfoque estratégico situacional do planejamento da ação supervisora - Uma possibilidade a partir da prática
Na operacionalização do trabalho fundamentado nos postulados teóricos do PES são observados os módulos que compõem o processo, fazendo-se as adaptações necessárias que atendam a uma realidade específica.No momento explicativo, o discente faz a análise da situação da unidade, refletida pelo levantamento de problemas (relacionando-os ao perfil epidemiológico da unidade, área física, recursos humanos, recursos materiais e processo de trabalho da enfermagem), de acordo com os seus valores e ideologia, sem desconsiderar os interesses dos outros atores e sua capacidade de explicar os problemas percebidos.Após o levantamento dos problemas, eles são orientados a priorizar três problemas que foram identificados no campo de prática, considerando o fluxograma tipo governabilidade, pois é o que contém as variáveis que a enfermeira/serviço de enfermagem controla e tem a capacidade de agir, sem perder de vista o cenário e gerência. E a seguir, são identificados os nós críticos de impacto e centros práticos de ação. Desta forma, o momento explicativo compreende: a descrição da situação, o levantamento dos problemas, os problemas priorizados considerando governabilidade e impacto e identificação dos nós críticos. Estes compreendem o momento explicativo sob a ótica do ator “do que é” e do que “tende a ser” para ele, e no reconhecimento da existência de outros atores sociais que têm a capacidade de explicar a situação e os problemas a partir de uma diversidade de olhares.No momento normativo, que é “como deve ser”, o discente estabelece os seus objetivos e metas, pois é o momento em que se desenha a ação capaz de modificar a situação do problema, através da utilização do cálculo interativo, fundamentado em contextos explícitos contrapondo governabilidade e capacidade de agir.Assim, apreende-se o desenho da incerteza, o cálculo interativo, a governabilidade do sistema e a capacidade de governo do serviço de enfermagem, dos docentes e discentes da disciplina. Considerando essas variáveis, percebe-se a incerteza do estabelecimento de 100% das metas.No momento estratégico, o discente articula o deve ser (objetivos e metas) com o pode ser deste momento, procurando construir a viabilidade e identificar as alianças e oponentes, estabelecendo as estratégias. Desse modo, o discente busca desenvolver a sua capacidade de articulação para delinear a estratégia global do plano de supervisão, apreendendo as alianças e oposições possíveis para sua operacionalização.No momento tático-operacional, o discente analisa a evolução do seu plano, os suportes ou não, oferecidos pelos aliados e oponentes, a eficácia de suas operações/ações visando à mudança situacional e ao exercício da criatividade.Nesse caráter processual que envolve o método do pensamento estratégico, no momento tático-operacional é o movimento do fazer. Este fazer exige do discente o desenvolvimento da sua capacidade no manejo de crises numa perspectiva política de mediação entre conhecimento e ação, para descentralizar e criar espaços de discussão entre os atores sociais envolvidos, garantindo assim, o exercício da criatividade em serviço e a mudança situacional. É necessária a compreensão de que esse trabalho é um processo integrativo e interativo. A forma como está sendo apresentado facilita o entendimento metodológico dos instrumentos práticos do planejamento. Na concepção dialética do processo de planejamento não é possível na prática, fragmentar, definir e tornar linear os movimentos que ocorrem nos momentos bem como os movimentos acionados nos momentos entre si. Desse modo, ao apresentar os momentos de forma linear e em separado, tenho a intenção de facilitar a compreensão metodológica dos instrumentos práticos do planejamento. 3 Considerações finais
A direção apontada no transcurso deste estudo permite remarcar que o espaço de construção democrática é possível de concretizar-se a partir da otimização da supervisão em enfermagem orientada pelo PES, em que poderá haver um trabalho coletivo, atendimento às carências e necessidades dos trabalhadores e usuários da saúde vislumbrando a transformação das relações sociais que se dão intra e extra ‘locus’ institucional.São proposições instigantes e provocativas que buscam reflexão sobre a prática da enfermeira e, também, caminhos para a sistematização da supervisão em enfermagem. Este trabalho tem como pretensão iniciar uma discussão...


Bibliografía del artículo

  • Servo MLS: «O pensar, o sentir e o agir da enfermeira no exercício da supervisão na rede SUS local: o (re) velado de uma práxis». São Paulo, 1999. 278p. Tese (Doutorado) Escola de Enfermagem. Universidade de São Paulo, 1999.
  • Testa M: «Tendências em planificação». IN. Uribe Rivera FJ (org.) «Planejamento e programação em saúde: um enfoque estratégico». 2. ed. São Paulo: Cortez 1992.
  • Matus C: «Política, planejamento e governo». Brasília: IPEA, 1993.
© Está  expresamente prohibida la redistribución y la redifusión de todo o parte de los  contenidos de la Sociedad Iberoamericana de Información Científica (SIIC) S.A. sin  previo y expreso consentimiento de SIIC

anterior.gif (1015 bytes)

 


Bienvenidos a siicsalud
Acerca de SIIC Estructura de SIIC


Sociedad Iberoamericana de Información Científica (SIIC)
Arias 2624, (C1429DXT), Buenos Aires, Argentina atencionallector@siicsalud.com;  Tel: +54 11 4702-1011 / 4702-3911 / 4702-3917
Casilla de Correo 2568, (C1000WAZ) Correo Central, Buenos Aires.
Copyright siicsalud© 1997-2024, Sociedad Iberoamericana de Información Científica(SIIC)