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PESQUISADORES E GRUPOS DE PESQUISA (INVESTIGADORES Y GRUPOS DE INVESTIGACIÓN) SOBRE JUVENTUDE E SAÚDE
(especial para SIIC © Derechos reservados)
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Autor:
Ana Paula Serrata Malfitano
Columnista Experta de SIIC

Institución:
Universidade Federal de São Carlos

Artículos publicados por Ana Paula Serrata Malfitano 
Coautor
Marina Jorge da Silva* 
Doctora en Terapia Ocupacional, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, Brasil*

Recepción del artículo: 29 de noviembre, 2016

Aprobación: 14 de julio, 2017

Primera edición: 7 de junio, 2021

Segunda edición, ampliada y corregida 7 de junio, 2021

Conclusión breve
Observa-se relevante lacuna acerca de (Se observa una importante falta de) estudos sobre juventude desenvolvidos na grande área saúde. Espera-se que os dados coletados possam sinalizar possíveis (Se espera que los datos recogidos puedan señalar posibles) contribuições do debate social em saúde para o público juvenil e futuramente desdobrem-se em subsídios (se reflejen en subsidios) para políticas públicas efetivas para este público.

Resumen

A temática da juventude vem ganhando a agenda de discussões e ações públicas, em torno de quem é o jovem contemporâneo e quais são as suas demandas. Paralelamente, a temática vem ocupando, de forma crescente, o cenário de pesquisas. Assim, o "Estado da Arte" sobre juventude faz-se necessário na tentativa de inventariar e sistematizar o conhecimento produzido e acumulado sobre o tema. Dessa maneira, voltou-se para o levantamento dos pesquisadores orientadores em Programas de Pós-graduação na área de saúde, entre os anos de 1987 a 2010, visando identificá-los. Metodologicamnete procedeu-se a três etapas: a) levantamento de teses e dissertações; b) seleção dos trabalhos pertencentes à Grande Área da Saúde da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, uma fundação vinculada ao Ministério da Educação do Brasil) e pertinentes à pesquisa e c) levantamento dos Grupos de Pesquisa que orientaram as pesquisas selecionadas. Mapearam-se os dados a partir do Diretório de Grupos de Pesquisa do Brasil, mantido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), encontrando-se 2.953 teses ou dissertações e 259 diferentes orientadores que orientaram três ou mais trabalhos no período. Identificou-se 16 grupos de pesquisa, havendo preponderância entre as subáreas da Medicina, Saúde Coletiva, Enfermagem e Nutrição. Atenta-se para a existência de poucos Grupos de Pesquisa voltados especificamente para a temática, sua alta dispersão e enfoque clínico, não apresentando uma diversidade na produção, tampouco um enfoque social.

Palabras clave
atención integral en salud, tramización, pesquisa, assistência integral à saúde, saúde do adolescente, salud del adolescente

Clasificación en siicsalud
Artículos originales> Expertos del Mundo>
página www.siicsalud.com/des/expertos.php/153673

Especialidades
Principal: PediatríaSalud Pública
Relacionadas: Educación MédicaEpidemiología

Enviar correspondencia a:
Marina Jorge Silva, 14806680, Araraquara, Brasil

Researchers and Reserach Groups about Youth and Health


Key words
research, comprehensive health care, adolescent health

PESQUISADORES E GRUPOS DE PESQUISA (INVESTIGADORES Y GRUPOS DE INVESTIGACIÓN) SOBRE JUVENTUDE E SAÚDE

(especial para SIIC © Derechos reservados)

Artículo completo
Introdução

Embora frequentemente utilizados como sinônimo, sobretudo no campo da saúde, os termos adolescência e juventude são distintos e expressam diferentes concepções acerca das questões biológicas, psicológicas, sociais e culturais sobre este momento da vida.1,2

O surgimento de categorias distintas para se referir à estação da vida entre a infância e a vida adulta é bastante recente3 e, inicialmente, se deu calcado em critérios biológicos desenvolvimentistas. Entretanto, ficou cada vez mais evidente, por meio do contexto social, a necessidade de assumir um conceito que se relacionasse também com o processo de socialização do sujeito e de aquisição de papéis sociais, quer no âmbito privado, como o familiar, quer no âmbito público, como o trabalhista.2

Bourdieu4 questiona se a juventude é “apenas” uma palavra, destacando os elementos econômicos intrínsecos às categorias. Conjuntamente com as ideias de Margulis e Urresti,5 conclui que a juventude é mais que uma palavra, a qual inclui interesses e configurações econômicas, contudo, igualmente, representa um coletivo caracterizado pela sua classe social e aspectos culturais, além da dimensão biológica das transformações desta estação da vida.

Desde o fim da década de 1990, o termo juventude passou a ganhar espaço e destaque, sobretudo entre as teorias sociológicas e históricas, desdobrando-se em demandas de políticas públicas, incluindo as de saúde.6

No Brasil, a juventude tem sido caracterizada como um grupo social plural e emergente, com demandas específicas a serem consideradas, sobretudo no que tange à intervenção do Estado. Apesar disso, é bastante recente o processo de reconhecimento do jovem como ator capaz de promover articulação política em várias instâncias da vida social que, por conseguinte, se torna uma “arena bastante diversificada de iniciativas e de concepções em torno da questão juvenil no país7”.

Diante desta diversidade se faz também plural a composição da produção de conhecimento científico a respeito do tema. Acredita-se na importância de um inventário como tentativa de informar, bem como disponibilizar e tornar acessível, o conteúdo que vem sendo produzido sobre a temática da juventude na academia.

Entretanto, o campo de produção de conhecimento em saúde, tem se focado mais nas produções em torno da adolescência, sendo que se questiona qual abordagem sobre as condições de vida dos jovens brasileiros têm sido realizadas pela área de saúde.

Com vistas a integrar o balanço acerca da produção brasileira sobre o tema, em um diálogo com as pesquisas coordenadas pela Profa. Dra. Marília Sposito,7 optou-se por abordar a produção discente na área da saúde, uma vez que se destaca esta área dentre as disciplinas que, historicamente, têm se debruçado sobre o tema da juventude. É cada vez mais comum que se inquira o campo da saúde acerca de respostas às demandas contemporâneas, também ligadas ao universo juvenil, com vistas a se conhecer as contribuições gerais e específicas para o enfrentamento de complexas problemáticas, tais como: o uso de substâncias psicoativas; a violência física, psicológica e sexual; as questões de gênero e outros temas que se aplicam aos jovens na sua totalidade.

Neste contexto, como parte dos resultados da pesquisa “Estado da Arte sobre Juventude na Pós-Graduação Brasileira: Pesquisas em Saúde no Período de 1987-2010”, apresenta-se aqui uma pesquisa descritiva e quantitativa, tendo como metodologia o estado da arte, para realização da revisão sistemática de dissertações e teses, com o enfoque sobre quem são os pesquisadores e Grupos de Pesquisa pertencentes a Programas de Pós-Graduação da Grande Área de Saúde, reconhecidos pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que têm orientado teses e dissertações, no período de 1987 a 2010, sobre o tema Juventude e Saúde. Com este recorte histórico objetivou-se cobrir todo o material disponibilizado pela CAPES, quando da proposição da pesquisa.


Percurso do levantamento de dados

Em uma primeira fase da pesquisa, foi realizado um levantamento da produção discente no nível de pós-graduação (teses e dissertações produzidas no período de 1987 a 2010) acerca da temática, na chamada Grande Área de Saúde, composta, à época, por 807 programas registrados na CAPES. A escolha para essa base de dados justifica-se por ser o órgão governamental ligado ao Ministério da Educação (MEC) que objetiva organizar, credenciar e avaliar, em nível nacional, o sistema de Pós-graduação brasileiro. Utilizou-se o Banco de Teses e Dissertações da CAPES8 para o levantamento das informações. Foram utilizados os descritores: jovem, juventude, adolescente, adolescência, geração, (inter) geracional, maioridade, menoridade, minoridade, escolhidos com inspiração nos trabalhos de Sposito,7 visando aglutinar as teses e as dissertações que abordassem a temática da juventude.

Para a seleção dos trabalhos, foi feita a leitura de seus títulos, resumos e palavras-chave. A opção pela leitura dos resumos decorre do volume do trabalho levantado, inicialmente 6010 dissertações e teses. Contudo, é importante ressaltar as críticas sobre estudos nos moldes Estados da Arte tendo como base apenas o foco em resumos.9 Entretanto, por não ter sido encontrado trabalhos anteriores que tivessem se debruçado sobre este tipo de levantamento, juntamente com o grande volume inicial de dissertações e teses, optou-se por um primeiro mapeamento dos resumos para possíveis aprofundamentos, com a leitura completa das obras, a partir da categorização das mesmas.

Foram, então, aplicados os seguintes critérios de inclusão e exclusão:

Critérios de inclusão

A. Se os objetivos do trabalho estivessem associados, diretamente, ao público adolescente e/ou juvenil, tais como: condições de saúde, condições sociais; identificação de fatores relacionados a essa fase da vida.

B. Quando os referenciais teórico-metodológicos e/ou o(s) objeto(s) do(s) estudo(s) explicitassem preocupação com a adolescência e/ou juventude.

C. Quando a pesquisa tratasse de um grupo específico entre a base populacional de adolescentes e/ou jovens.

D. Quando o estudo investigasse um fenômeno (exemplo: alcoolismo) reportado ao público adolescente e/ou jovem.

E. Quando o trabalho analisasse um serviço/bem de consumo ou de qualquer outra espécie, oferecido especificamente ao público adolescente e/ou juvenil.

F. Quando a pesquisa se ativesse à análise de políticas e/ou programas e/ou serviços destinados ao público adolescente e/ou juvenil.


Critérios de exclusão

A. Quando os referenciais teórico-metodológicos e/ou o(s) objeto(s) do estudo não explicitassem preocupação com a adolescência e/ou juventude.

B. Quando os descritores, com propriedades polissêmicas, fossem utilizados com significados outros (semântica geral).

C. Quando não houvesse menção dos descritores jovem/juventude e/ou adolescente/adolescência no título e/ou palavra-chave e/ou resumo.

Após a aplicação dos critérios e remoção dos duplicados foram inventariadas 2953 dissertações ou teses.

Em uma segunda etapa, buscou-se o levantamento dos orientadores mais frequentes das teses e dissertações e seus respectivos Grupos de Pesquisa. Por Grupos de Pesquisa define-se um grupo de pesquisadores, estudantes e pessoal de apoio técnico organizado, segundo uma regra hierárquica fundada na experiência e na competência técnico-científica de seus membros, em torno da execução profissional e permanente com a atividade de pesquisa.10 Em um Grupo de Pesquisa existe um envolvimento organizado ao redor de linhas comuns, as Linhas de Pesquisa, definidas como temas aglutinadores de estudos científicos que se fundamentam em tradição investigativa,10 razão pela qual se elegeu esta estratégia metodológica para desvelar se a juventude, como tema, integra ou não suas temáticas de estudo.

Os orientadores foram identificados, um a um, pelo resumo disponibilizado pelo Portal de Teses e Dissertações da CAPES. Em seguida, para encontrar os Grupos de Pesquisas, buscou-se os nomes dos orientadores de cada trabalho no Diretório dos Grupos de Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). No Brasil, o CNPq mantém uma base de dados denominada Diretório de Grupos de Pesquisa,3 na qual todos os pesquisadores devem estar cadastrados, sendo requisito para solicitação de auxílios, cadastros na pós-graduação etc. Foram inventariados 1514 diferentes orientadores, sem incluir aqueles que apareciam listados como coorientadores (330 trabalhos apresentaram esta especificidade), e 502 Grupos de Pesquisa.

Após tabular os dados foi possível identificar aqueles orientadores que possuíam três ou mais orientações. A escolha pelo número de três trabalhos/orientador replicou o critério utilizado por Spsoito1, na tentativa de ser inclusivo para captar os dados de um maior número de pesquisadores sobre a temática, buscando um indicativo de foco de produção e continuidade de pesquisas no campo da juventude.

A partir desta busca e da análise dos pesquisadores envolvidos, definiu-se a quantidade de trabalhos produzidos a respeito de juventude e saúde no Brasil por cada Grupo de Pesquisa, bem como onde se encontra a concentração dessa produção, através dos pesquisadores, suas instituições e grupos em que estão inseridos.


Resultados e discussão

Conforme acima descrito, das 2953 dissertações e teses inventariadas foram orientadas por 1514 pesquisadores diferentes, apresentando uma média de 1.95 trabalho/orientador. Com o intuito de afunilar os dados, aproximando-se daqueles que mais se dedicam ao tema, foram listados orientadores que apresentavam três ou mais trabalhos no período, totalizando 259. Com este recorte, tem-se uma queda de 82% frente ao total de pesquisadores incialmente levantados.






Nota-se que o número de orientadores começa a diminuir drasticamente conforme aumenta o número de trabalhos orientados, o que leva a uma hipótese de uma distribuição pouco coesa dessa produção. Enquanto muitos orientam poucos trabalhos, poucos pesquisadores orientam muitas pesquisas envolvidas com a temática da juventude ou correlatos. Esta discussão pode ser retomada à luz da proposição de Sposito,7 quando concluiu que, muitas vezes, a dispersão da produção centra-se na acolhida de temáticas propostas pelos orientandos e que nem sempre se aproximam das áreas de interesse e investimento por parte dos pesquisadores.

Nos dados da área de saúde, tem-se que 56.5% dos trabalhos, ou seja 1668, foram orientados por pesquisadores com menos de três dissertações e/ou teses na temática no período. O que permite levantar a hipótese de uma produção dispersa, sem indicativos de continuidade no interior do campo da saúde, podendo indicar uma lacuna nos estudos da área. Contudo, como não foram estudados cada pesquisador individualmente, não se tem o conhecimento da quantidade de sua produção e o percentual de representatividade dos trabalhos orientados na temática perante o conjunto de orientações de cada um. Desta forma, trata-se de uma inferência, requerendo maior aprofundamento para sua conclusão.

A parit do quadro dos pesquisadores, a busca dos grupos e linhas de pesquisa que se filiavam aqueles orientadores identificou, como dito, 502 diferentes grupos de pesquisa, dos quais 46 não foram localizados devido ao fato de não estarem ativos. Assim, restaram 456 Grupos de Pesquisa, em uma proporção média de 1.67 grupos de pesquisa por orientador. Sabe-se, entretanto, que este valor tem que ser relativizado, uma vez que, dentre o total de orientadores, encontrou-se 17 que fazem parte de cinco ou mais Grupos de Pesquisa do CNPq.

Portanto, a partir do aparente pequeno número de pesquisadores e Grupos de Pesquisa sobre o tema, levante-se a hipótese acerca da dispersão da produção acadêmica em torno da temática da juventude na área.

Ainda sobre todos os grupos de pesquisas se empenhou um esforço por selecionar aqueles cujo título faziam menção à juventude, diretamente. Desta forma, encontrou-se apenas cinco grupos, menos de 1%, cujos títulos evidenciam a juventude ou algum recorte a ela asociado.






Em contrapartida, quando se busca pelos termos adolescência e adolescente, o número cresce, totalizando 36 Grupos, porém, representando ainda 7.2% dos Grupos elencados. Vale destacar que os termos adolescência e juventude são distintos em origem e significados1,2,11 e a preponderância do termo adolescência pode remeter a aspectos ligados a fenômenos biofisiológicos, contemplando assuntos do crescimento e desenvolvimento da adolescência, mais especificamente em seu enfoque nas transformações físicas em detrimento do enfoque de sua dimensão sociocultural.

Esta hipótese parece se confirmar a partir da análise dos nomes dos Grupos encontrados. É possível inferir sobre a existência de um maior investimento em relação aos estudos epidemiológicos e voltados aos agravos em saúde, e um menor esforço voltado àqueles estudos com um enfoque social em interface com a área de saúde.12 O que mais se aproxima desta perspectiva é o recorte do Grupo 5, que faz menção a “determinantes sociais de saúde”.13

Uma mesma realidade se nota quando busca semelhante é realizada em relação às linhas de pesquisa no interior dos Grupos. Quando a busca se dá pelo termo juventude ou correlatos, como “juvenil”, são encontradas 11 linhas de pesquisa, sendo que com os unitermos Adolescência/Adolescente esse número é de 30 linhas de pesquisa.






Buscando compreender um pouco mais da produção acerca da temática, fez-se o cruzamento entre número de trabalhos e o Grupo de Pesquisa, no intuito de encontrar aqueles que mais produziram teses e dissertações, no período estudado, sobre a temática em tela. Foram encontrados 16 Grupos que apresentaram 10 ou mais trabalhos.





Os Grupos de Pesquisa estão classificados, majoritariamente, nas subáreas de Medicina (4), Saúde Coletiva (3), Nutrição (3) e Educação Física (2) e com uma predominância de concentração dos estudos em caráter epidemiológico e clínico. Vale destacar que dos 16 Grupos de Pesquisa encontrados nenhum fez referência direta à questão das juventudes.

Outro aspecto inventariado foi em relação à distribuição dos trabalhos por Universidade. Constatou-se que a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), seguida da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) concentram o maior número de produção acadêmica levantada. Assim, destaca-se uma concentração de trabalhos no Estado de São Paulo. Trata-se do estado mais populoso do Brasil, concentrando o maior número de Instituições de Ensino Superior do país, o que pode justificar tamanha produção, sobretudo pelas instituições públicas.

A partir dos dados aqui descritos, que sinalizam a hipótese de uma pequena presença de pesquisadores e Grupos de Pesquisa debruçando-se sobre a temática da juventude e saúde, assinala-se uma preponderância por linhas de pesquisa direcionada para estudos clínicos. Embora isto seja esperado das dissertações e teses realizadas na Grande Área de Saúde, o que se destaca é que se esperaria também a presença de linhas com enfoques psicológicos, sociológicos e outras interfaces que incrementem as análises em saúde.

Tendo em vista este desafio, resgata-se a proposição de Minayo14 que, ao se evidenciar a complexidade da vida humana, cria-se a necessidade e exigência de novos paradigmas do conhecimento e, assim, a autora aponta a articulação com conceitos das ciências sociais e humanas na área como algo possível e desejável na composição de núcleos de expertise e interesse.


Conclusão

O mapeamento e análise produzidos leva a um quadro da produção na pós-graduação em saúde ainda bastante recente e inicial, quer centrado na adolescência e no adolescente, mas sobretudo nas questões dos jovens e das juventudes, em face aos números absolutos projetados pela área. A busca por Grupos de Pesquisa em Saúde que abordem a temática da juventude permitiu levantar a hipótese de um pequeno número de pesquisadores voltados especificamente para esta temática, apontando uma fragilidade no desenvolvimento do conhecimento, na medida em que a correlação desta importante faixa da população com o campo da saúde encontra-se pouco explorada.

Além disso, a produção se faz bastante vasta e dispersa, não constituindo, com poucas exceções, uma trajetória de pesquisa entre os orientadores da área de saúde. Pode-se dizer que tal fato aponta para uma demanda acadêmica de maior atenção a essa população.

A opção aqui realizada de abranger a produção discente da pós-graduação advém do pressuposto acerca da relevância de trabalhos de caráter cartográfico, uma vez que se propõem a apontar e articular visibilidades e invisibilidades de determinadas temáticas no campo acadêmico, dando destaque aos trabalhos em nível de pós-graduação, cerne da pesquisa no Brasil. O que possibilitou concluir a relevante lacuna acerca de estudos sobre a juventude desenvolvidos na Grande Área de Saúde.

Espera-se que os dados coletados possam sinalizar possíveis contribuições do debate social em saúde para o público juvenil que possam futuramente vir a desdobrar-se em subsídios para políticas públicas efetivas para este público.



Bibliografía del artículo
1. León OD. Adolescência e juventude: das noções às abordagens. In: Freitas MV. (Org.). Juventude e adolescência no Brasil: referências conceituais. São Paulo: Ação Educativa, 2005.
2. Silva CR, Lopes RE. Adolescência e juventude: entre conceitos e políticas públicas. Cad Ter Ocup da UFSCar 17(2):87-106, 2009.
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5. Margulis ME, Urresti M. La juventud és mas que una palabra. In: Margulis M. La juventud es más que una palabra: ensayos sobre cultura y juventud. Buenos Aires: Editorial Biblos, 1998.
6. Rua MG. As políticas públicas e a juventude nos anos 90. In: Brasil. Ministério do Planejamento. Comissão Nacional de População e Desenvolvimento. Jovens acontecendo na trilha das políticas públicas. 2 v., Brasília: Ministério do Planejamento pp. 731-752, 1998.
7. Sposito MP. (Org.). Estado da Arte sobre juventude na pós-graduação brasileira: educação, ciências sociais e serviço social (1999-2006). Belo Horizonte: Argvmentvm, 2v, 2009.
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9. Ferreira NSA. As pesquisas denominadas "estado da arte". Educ Soc 23(79):257-72, 2002. http://www.scielo.br/pdf/es/v23n79/10857.pdf.
10. CNPq. Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Diretório de Grupo de Pesquisas do Brasil. Disponível em: http://lattes.cnpq.br/web/dgp. Acesso em 10 dez 2013.
11. Brasil. Decreto nº 12.852 de 5 de agosto de 2013. Institui do Estatuto da Juventude e dispõe os direitos dos jovens, os princípios e as diretrizes das políticas públicas de juventude e o Sistema Nacional de Juventude - SINAJUVE. 2013a. Disponível em . Acesso em 10 de agosto de 2013.
12. Silva MJ. O estado da arte sobre juventude(s) na pós-graduação brasileira stricto sensu: pesquisas na área das ciências da saúde (1987-2010). Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-graduação em terapia Ocupacional. Universidade Federal de São Carlos, 2014.
13. Buss PM. Globalização, pobreza e saúde. Ciência & Saúde Coletiva 12(6):1575-1589, 2007. https://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232007000600019.
14. Minayo MCS. O Desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 5. ed. São Paulo: Hucitec-ABRASCO, 1998.

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